Jan 31, 2009

YES we can!



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Obama, a esperança

"Por mais que custe aos cépticos e aos profetas da desgraça, a verdade é que começou mesmo uma nova era nos Estados Unidos com a entrada de Barack Obama para a Casa Branca. O país da liberdade e dos direitos humanos já merecia um presidente assim.

Barack Obama não é um génio nem um homem providencial. Mas viu-se ao longo dos últimos meses que se trata de uma personalidade invulgar, de rara inteligência, um homem de grande cultura que fala claro, que se exprime com enorme frontalidade, que não se presta a jogos florentinos, que fala a verdade e só a verdade, que respeita o seu semelhante na América e em todo o Mundo, uma pessoa de princípios com um elevado sentido de humildade. Obama leva para a Presidência dos Estados Unidos o pragmatismo nascido na América mas também o sonho de África, que sempre emerge quando os olhos se estendem pelas imensas e únicas savanas.

Obama é, obviamente, um dirigente orgulhoso da sua América mas é um cidadão do Mundo. Não confunde o Quénia ou a Zâmbia com qualquer país asiático, como fazia Bush, um inculto que levou até ao fim dois mandatos e deixa uma herança de pesadelo ao sucessor. A América vai regenerar-se, e isso é um bem para o Mundo. A América vai continuar a ser a pátria das liberdades, o país das diversidades, o terreno da criatividade e da livre iniciativa. No seu discurso de posse, Obama falava da nação de cristãos e muçulmanos, de judeus e hindus, e também de uma nação dos não crentes; Obama convidava os americanos a erguerem-se para reconstruir a América, e interpelava: "Como pode prosperar uma nação que só favorece os prósperos?"

Obama rejeitou a excessiva influência dos 'lobbyes' e proclamou o princípio da transparência da Administração, contra todas as arbitrariedades. Obama não desiludiu, como dizem certos 'opinion-makers'. Foi igual a si próprio e, no primeiro dia de acção da Casa Branca, mostrou que a política tem de ser exercida com verdade, com seriedade, com persistência e com sentido da palavra de honra. Acabou o recurso à tortura nos interrogatórios dos prisioneiros 'de guerra', que têm de ser tratados de acordo com as regras de Genebra. Fechou o centro de detenção militar de Guantanamo e todas as prisões da CIA no estrangeiro. Inverteu-se o ciclo imbecil da era Bush. A luta contra o terrorismo e a violência vai continuar mas, disse Obama, "queremos ganhá-la nos nossos próprios termos". Obama recusou a herança imperialista e arrogante da América – e o Mundo aplaude a coragem e sente que, afinal, tudo pode mudar em todas as latitudes."




Emídio Rangel, Jornalista

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